Nunca houve tanta urgência em tratar de temas como investimento em saúde, resultados efetivos de boas experiências e melhores desfechos para a população atendida por um determinado orçamento, como nos dias de hoje. Nesse contexto, o esforço de gestão e políticas para alocação desses recursos receberam desafios extras nos últimos meses, em que a tomada de decisão ficou mais complexa na mesma medida em que de forma paradoxal se ampliou como nunca, através da tecnologia, a coleta de dados em saúde, economia e comportamento social.
Tradicionalmente o planejamento em saúde foi realizado olhando para dados com marcos e tendências em intervalos muito diferentes dos que temos hoje. Esse bom hábito construiu um legado de atribuir para esse ativo uma importância que de fato ele precisa, o que não se estava preparado, no entanto, era para o volume e a volatilidade com esses dados passariam a ser gerados e necessitariam ser analisados atualmente.
Essa avalanche de informação exigiu novas habilidades dos sistemas de gestão de saúde populacional para transformar dados clínicos, financeiros e operacionais em informações estruturadas para o gerenciamento de atendimento, monitoramento continuado do desfecho, estratificação de risco e o impacto individual e coletivo dessas ações, em tempo real; inaugurando o que se passa a chamar Real-time Healthcare.
Instituições que passaram a utilizar essas ferramentas, integrando os dados e criando ambientes onde equipes multidisciplinares, com cientistas de dados, profissionais de saúde, logística e financeiro podem trabalhar de maneira coordenada e articulada, mostram que a tecnologia pode ser uma grande aliada na entrega do cuidado em valor na gestão de saúde populacional.
Empresas classificadas como operadoras digitais, mas que se posicionam como gestoras de saúde e que utilizam dessa governança em dados são as que saem na frente na corrida de entrega em valor em saúde no Brasil.
Outra experiência bem-sucedida em alguns grupos hospitalares são as salas de comando e controle, onde é construída uma verdadeira arena de dados para que os times multidisciplinares possam trabalhar de forma integrada em prol da população que se encontra sob os seus cuidados naquele momento.
A boa notícia então, vem em saber que avançamos com coleta e com modelos de gestão de dados em prol da gestão de saúde populacional, e que se bem estruturada pode contribuir muito na entrega de melhores desfechos e experiências ao paciente, com ganho de qualidade e segurança a custos mais baixos. Agora é hora de avançar.
Dr.Fernando Uzuelli – Head do Rita Saúde – Centro de Saúde Digital do Grupo Sabin
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